As 10 tendências principais em Tecnologia para 2023

 


A consultoria Gartner publicou relatório indicando as 10 principais tendências estratégicas de tecnologia para 2023. Confira quais são elas e como podem impactar as empresas em diversas frentes.

 

Os analistas da consultoria Gartner identificaram o que consideram as 10 principais tendências estratégicas de tecnologia que as empresas precisam explorar em 2023. O relatório completo pode ser acessado no site da organização, mas extraímos os principais aprendizados do material e apresentamos a seguir.

Particularmente voltado aos CIOs, executivos de TI e líderes de áreas de Tecnologia, o objetivo é orientá-los em novas formas de acelerar a transformação digital e atingir a excelência operacional, buscando melhorar os lucros em tempos de turbulência econômica.

As tendências estratégicas de tecnologia da Gartner para 2023 são construídas em torno de três temas: otimizar a resiliência, operações ou confiança nas empresas; escalar soluções verticais e entrega de produtos; e ser pioneiro em novas formas engajamento, respostas aceleradas e oportunidades de negócio.

Além das questões técnicas, há outro tema importantíssimo na pauta que permeia essas tendências: a responsabilidade ambiental, social e de governança (ESG), que se traduz na responsabilidade compartilhada na aplicação de processos e tecnologias sustentáveis.

Então, vamos a elas:

AS 10 TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS DE TECNOLOGIA PARA 2023

Sustentabilidade

Na pesquisa da Gartner, CEOs relataram que as mudanças ambientais e sociais são uma das principais prioridades dos investidores, depois de lucro e receita. Isso significa que os líderes devem investir em soluções inovadoras projetadas para atender à demanda ESG, e não apenas pensando no lado financeiro.

Para isso, as organizações precisam de uma nova estrutura tecnológica sustentável que aumente a eficiência energética e material dos serviços de TI, possibilite a sustentabilidade das empresas por meio de tecnologias como rastreabilidade, análise, energia renovável e Inteligência Artificial, e implante soluções de TI para ajudar os clientes a alcançar seus próprios objetivos de sustentabilidade, também formando uma cadeia sustentável

Algumas iniciativas citadas no relatório da Gartner são a Mitsui OSK Lines, que usa modelos de IA para melhorar a eficiência do transporte marítimo. A Apple e a utilização de robôs para reciclagem de hardwares. A Timberland, que utiliza software de engajamento de funcionários focado em ESG, incentivando a participação em iniciativas de sustentabilidade.

Leia mais: O uso de dados e tecnologia nos desafios de ESG

Tendências Pioneiras

A seguir, as 3 tendências classificadas como Pioneiras:

Metaverso

A Gartner define o metaverso como um espaço compartilhado virtual 3D coletivo, criado pela convergência da realidade física e digital aprimorada. A expectativa é que o metaverso completo seja independente do dispositivo e não seja propriedade de um único fornecedor. Ele terá uma economia virtual própria, habilitada por moedas digitais e tokens não fungíveis (NFTs). Até 2027, a Gartner prevê que mais de 40% das grandes organizações em todo o mundo usarão uma combinação de Web 3, gêmeos digitais e Realidade Aumentada em Nuvem em projetos baseados em metaversos com o objetivo de aumentar a receita.

Leia mais: o metaverso e a Inteligência Artificial

Leia mais: Um olhar para os dados na Web 3

Superaplicativos

Os superaplicativos combina os recursos de um aplicativo, uma plataforma e um ecossistema em um único app. Não apenas possui seu próprio conjunto de funcionalidades, como também fornece uma plataforma para terceiros desenvolverem e publicarem seus miniaplicativos.

Como case mencionado pela Gartner em seu relatório, há o Revolucionary, uma fintech do Reino Unido que conta com um superapp, em que oferece serviços bancários digitais para consumidores e expandiu seu ecossistema para empresas, onde pequenas, médias e freelancers podem oferecer seus serviços por lá.

Até 2027, a Gartner prevê que mais de 50% da população global será usuária ativa diária de vários superapps.

Leia mais: Super Apps – Estudo autoral da Ilumeo sobre Consumidor e Marcas

Sistemas Adaptativos

Os sistemas adaptativos de Inteligência Artificial visam treinar modelos e aprender em ambientes de tempo de execução e desenvolvimento com base em novos dados para se adaptar às mudanças nas circunstâncias do mundo real que não estavam previstas ou disponíveis durante o desenvolvimento inicial. Eles usam feedback em tempo real para mudar o seu aprendizado dinamicamente e ajustar as metas. Isso os torna adequados para operações onde mudanças rápidas no ambiente externo ou mudanças de objetivos corporativos requerem uma resposta otimizada.

Otimização

A seguir, as 3 tendências próprias para Otimização:

Digital Immune System

Segundo a Garnet, 76% das equipes responsáveis pelos produtos digitais também são responsáveis pela geração de receita. Os CIOs estão procurando novas práticas e abordagens que suas equipes podem adotar para oferecer esse alto valor de negócio, juntamente com a mitigação do risco e o aumento da satisfação dos clientes. Um sistema imunológico digital fornece tal roteiro.

A imunidade digital combina insights baseados em dados sobre operações, testes automatizados e extremos, resolução automatizada de incidentes, engenharia de software dentro de operações de TI e segurança na cadeia de fornecimento de aplicativos para aumentar a resiliência e estabilidade dos sistemas.

A previsão é de que, até 2025, as organizações que investirem na construção da imunidade digital reduzirão o tempo de inatividade dos sistemas em até 80% – se traduzindo diretamente em uma receita maior.

Aqui, um exemplo brasileiro: o Itaú adicionou recursos preditivos aos seus sistemas de monitoramento para avaliar a integridade, melhorar o desempenho e fornecer informações sobre o que impulsiona a melhor experiência de funcionários e clientes. Esses recursos aumentaram a correção automática de incidentes em 37% e diminuíram o tempo médio de resolução em 45%. Realmente, tempo é dinheiro aqui.

Observabilidade aplicada 

A observabilidade aplicada permite que as organizações explorem seus artefatos de dados para obter vantagem competitiva. Os dados observáveis refletem os artefatos digitalizados, como logs, traços, chamadas de API, downloads, transferências de arquivos, etc., que aparecem quando qualquer parte interessada toma qualquer tipo de ação. A observância aplicada alimenta esses artefatos observáveis de volta em uma abordagem altamente orquestrada e integrada para acelerar a tomada de decisões organizacionais.

Confiança, gerenciamento de riscos e segurança da IA 

Muitas organizações não estão preparadas para gerenciar riscos de IA. Uma pesquisa do Gartner nos EUA, Reino Unido e Alemanha descobriu que 41% das organizações já sofreram alguma violação de privacidade ou incidente de segurança da IA. No entanto, essa mesma pesquisa descobriu que as organizações que gerenciavam ativamente o risco, privacidade e segurança alcançaram melhores resultados de projetos de IA. Na prática, mais de seus projetos passaram do status de prova de conceito para a produção e alcançaram mais valor de negócios do que os projetos de IA em organizações que não gerenciavam ativamente essas funções.

As organizações devem implementar novos recursos para garantir a confiabilidade do modelo, segurança e proteção de dados. A gestão de confiança, risco e segurança de IA (TRiSM, na sigla em inglês)) exige que participantes de diferentes unidades de negócios trabalhem juntos para implementar novas medidas.

Escala

A seguir, as 3 tendências ligadas à escalabilidade dos negócios:

Plataformas em nuvem

A indústria de plataformas em nuvem oferece uma combinação de software as a service (SaaS), plataforma como serviço (PaaS) e infraestrutura como serviço (IaaS), fornecendo conjuntos específicos de recursos modulares para apoiar casos específicos de uso de negócios em cada setor. As empresas podem usar os recursos embalados das plataformas de nuvem como blocos de construção para compor iniciativas de negócios digitais únicas e diferenciadas, proporcionando agilidade, inovação e tempo reduzido ao mercado

Até 2027, a Gartner prevê que mais de 50% das empresas usarão plataformas de nuvem para acelerar suas iniciativas de negócios.

Um bom exemplo citado aqui pela consultoria é a cidade chinesa de Hangzhou, que firmou parceria com a Alibaba para construir uma plataforma que gerencia o congestionamento e simplifica as operações de trânsito. A cidade conseguiu reduzir sua classificação de congestionamentos, caindo da quinta cidade mais congestionada da China para fora do top 50.

Engenharia de plataforma 

O objetivo dessa disciplina é construir e operar plataformas self-service para entrega de software e gerenciamento de ciclo de vida. O objetivo da engenharia da plataforma é otimizar a experiência do desenvolvedor e acelerar a entrega de valores do cliente pelas equipes de produtos.

A Gartner prevê que 80% das organizações de engenharia de software estabelecerão equipes de plataforma até 2026 e que 75% delas incluirão portais de autoatendimento para desenvolvedores.

A Nike é uma boa referência nessa área, ao criar “plataformas combináveis”, o que permite responder mais rapidamente às mudanças, reduzir o tempo de lançamento no mercado, aumentar a escalabilidade e diminuir os custos operacionais.

Wireless-value realization

Enquanto nenhuma tecnologia única dominará, as empresas usarão um espectro de soluções sem fio para atender a todos os ambientes, desde Wi-Fi no escritório, passando por serviços para dispositivos móveis, serviços de baixa potência e até conectividade por rádio. A estimativa dos próximos 3 anos é que 60% das empresas usarão cinco ou mais tecnologias sem fio simultaneamente.

À medida que as redes vão além da conectividade pura, elas fornecerão insights usando análises incorporadas e sistemas de baixa potência coletarão energia diretamente da rede. Isso significa que a rede se tornará uma fonte de valor direto para os negócios.

A Shufersal, varejista israelense, está usando a energia colhida da rede para etiquetar mercadorias com chips de Internet das Coisas (IoT). A marca os usa para rastrear vegetais da fazenda às prateleiras da loja, fornecendo visibilidade da cadeia de suprimentos, gerenciamento de estoque e informações de procedência.