O case da Gupy com sua Inteligência Artificial Gaia

Como a startup brasileira se tornou uma das maiores empresas em recrutamento online do mundo, impulsionada por Gaia, sua tecnologia de inteligência artificial que promete levar a empresa ainda mais longe.

 

A análise de currículos é uma tarefa bastante complexa para recrutadores. Afinal, estamos falando de um documento, com informações importantes sobre um profissional, mas que não mostra tudo o que as pessoas têm a oferecer. Não mostra personalidade, soft skills, capacidade de comunicação, entre outras habilidades que todo recrutador busca em um candidato.

E como tornar a tarefa de analisar milhares de currículos mais simples, e ainda, mais efetiva? É para lidar com esses altos volumes de informação que existem plataformas como a Gupy, que conta hoje com uma lista de clientes que inclui nomes como Ambev, Grupo Pão de Açúcar e Santander.

É verdade que, em um futuro próximo, recrutadores precisarão descobrir maneiras de automatizar seus processos e fluxo de trabalho, não apenas otimizando o tempo, mas também realizando contratações mais certeiras. E os avanços tecnológicos, desde softwares completos de seleção, como a Gupy, serão grandes aliados nesta jornada. Mas o que também vem chamando a atenção de empresas de recrutamento são as possibilidades que a Inteligência Artificial (IA) traz para a mesa.

Neste artigo, reunimos um compliado de notícias online para falar não apenas sobre a Gupy, mas mais especificamente sobre a Gaia, um sistema de inteligência artificial (IA) criado pela empresa de recrutamento que pretende facilitar de vez os processos seletivos nas empresas. Então, para entender como Recursos Humanos, Inteligência Artificial e Ciência de Dados podem caminhar juntos quando falamos em recrutamento de pessoas, continue a leitura!

 

Case Gupy: uma das maiores empresas de RH da América Latina

Antes de falarmos propriamente sobre a Gaia, vamos entender um pouco da história da Gupy. A empresa é hoje uma das maiores do setor na América Latina, e já ultrapassou a marca de mais de 1 milhão de pessoas contratadas através da sua plataforma. Somente em 2021, foram mais de 430 mil contratações.

Além de todo esse sucesso, a Gupy também é pioneira no uso de inteligência artificial no recrutamento e seleção, e acaba de realizar a maior captação de investimento realizado por uma plataforma de RH na América Latina: um aporte de nada mais, nada menos do que R$ 500 milhões.

Com mais de 3 mil empresas como clientes, a Gupy já conta com mais de 30 milhões de usuários cadastrados em sua plataforma. Também já realizou importantes aquisições, como a compra da concorrente Kenoby, em 2022, e da plataforma de educação corporativa Niduu, em 2021. 

Agora, a Gupy está investindo em um novo produto: um CRM de Talentos. Através dele, profissionais de Recursos Humanos das empresas parceiras poderão interagir com todos os possíveis candidatos, além de ter acesso às métricas de disparo de e-mails para acompanhar a performance de todas as suas comunicações.

Criação da Gaia e o uso da IA para recrutamento

Mas do que se trata a Gaia, a Inteligência Artificial desenvolvida pela Gupy? De acordo com a empresa, a função da Gaia vai muito além de analisar currículos, mas também ordená-los de acordo com a compatibilidade do profissional com a vaga. Isso permite que a IA realize um ranqueamento assertivo, destacando, no topo da lista, aqueles que seriam as melhores opções para ocupar o cargo. A vantagem, nesse caso, é que com o uso da IA todos os currículos podem ser, de fato, analisados, o que nem sempre acontece quando a triagem é feita por mãos humanas. 

Assim, entre outras coisas, a Gaia consegue ler e interpretar currículos de forma automática, além de fazer a validação de documentos enviados, como diplomas, certificados, entre outros. 

E os dados são algo muito importante para que a tecnologia funcione tão bem. Atualmente, graças ao banco de 6 milhões de frases e palavras que são utilizadas para o treinamento da Gaia, a triagem consegue se tornar mais “subjetiva”, ou seja, captar nuances nas descrições dos candidatos, o que torna a decisão mais próxima do que se fosse feita por um ser humano.

Com base no exemplo da Gaia, é possível entender de que formas a IA pode agregar valor aos processos de RH e recrutamento, não apenas automatizando e facilitando processos de seleção de currículos, mas também trazendo uma evolução sem precedentes nos processos seletivos, e conquistando uma maior objetividade no processo de avaliação dos candidatos. 

Aliás, sobre a questão da escolha dos candidatos, algo que preocupava a Gupy no momento de implementação da nova tecnologia era a questão ética. É por isso que o sistema, além de outras vantagens, também busca combater o chamado “viés do algoritmo”.

 

O que é o viés do algoritmo – e como a Gaia escapa dele 

Sempre que uma empresa investe em uma nova tecnologia, especialmente quando falamos em Inteligência Artificial, é preciso ponderar certas questões, principalmente éticas. No caso da Gaia, por exemplo: é possível desenvolver uma IA que não apenas contrate pessoas, mas que faça isso de forma ética? Como fugir do chamado viés do algoritmo?

Se as pesquisas mostram que cada vez mais empresas investem em IA para seus processos seletivos, por outro lado temos exemplos como o da Amazon, que cancelou sua tecnologia de recrutamento após descobrir que a IA tinha preconceito contra pessoas do sexo feminino.

É por conta desses questionamentos que a Gupy buscou desenvolver mecanismos dentro da Gaia para barrar qualquer tipo de viés de algoritmo no momento da seleção. E após 5 anos trabalhando para distanciar qualquer tipo de viés de algoritmo de seu processo de recrutamento, incluindo questões como gênero, raça ou localização geográfica, a equipe atingiu bons resultados.

Para isso, a Gupy começa aplicando um teste para extrair o perfil dos funcionários da empresa que fará a seleção. Nessa etapa são feitas entrevistas com pessoas promovidas ou demitidas pela empresa recentemente, por exemplo. E então a empresa faz uso desse banco de dados para alimentar a Gaia. Com isso, a IA consegue ter uma noção muito mais clara do “candidato ideal”, não pela aparência ou gênero, mas sim por características que realmente importam, como organização, capacidade de trabalhar em equipe, resultados, entre outros fatores. 

Assim, atualmente a Gaia estuda cerca de 200 variáveis diferentes na hora de fazer a seleção dos melhores candidatos, estando apta a apresentar à empresa os profissionais que realmente fazem mais sentido para aquela vaga. E a economia de tempo é enorme: se considerar que cada vaga recebe mais de 200 currículos, a IA consegue gerar uma economia de 5 horas de leitura de currículos. 

Nesse sentido, o objetivo da Gupy é seguir alimentando a Gaia com um bom volume de dados não enviesados e de qualidade, a fim de excluir fatores como gênero e raça da construção do perfil desejado. Além disso, para evitar questões como discriminação de gênero, a Gupy faz uso de técnicas simples, mas eficazes, como levar em conta apenas o radical das palavras. Ou seja, fazer a pesquisa por “engenheir”, e não “engenheiro”, e por aí vai.

Por fim, além de um estudo minucioso de cada um de seus clientes, a Gupy também conta hoje com um banco de dados com 5 bilhões de frases gerais e 30 milhões de frases de currículos. A ideia é permitir que a Inteligência Artificial esteja apta a entender palavras dentro de um contexto mais corporativo, aumentando ainda mais as chances de uma seleção efetiva. 

Para não deixar dúvidas sobre a preocupação da Gupy com a questão de gênero, a empresa possui uma regra de ouro a respeito do equilíbrio de candidatos homens e mulheres. Em outras palavras, se o ranqueamento não possuir uma proporção entre ambos os sexos que faça sentido, a Gaia é reprovada, a Inteligência reformulada e o processo refeito. 

 

Conclusão 

Enfim, ficou claro a relevância de empresas como a Gupy para o momento atual do mercado de RH. Hoje, a empresa processa mais de 2 milhões de currículos por segundo, possuindo um total de 15 milhões de currículos na base, além de 3 milhões novos currículos que entram no sistema todos os meses. 

E com a pandemia, foi possível ver um crescimento ainda maior do uso de plataformas como a Gupy por parte das empresas, mas esse tipo de sistema certamente sobreviveu após o fim do isolamento. E deve seguir crescendo cada vez mais, com a ajuda da IA e da Ciência de Dados.