Mais da metade dos brasileiros já entrou no cheque especial, mas o hábito de anotar os gastos todos os dias tem aumentado progressivamente. Mais da metade da população nunca recebeu orientações sobre finanças pessoais, mas 81% gostaria de saber mais sobre o assunto.
Esse cenário delicado, porém otimista, caracteriza os resultados da pesquisa “Hábitos Financeiros dos Brasileiros”, realizada pela Ilumeo e pelo economista Ricardo Amorim.
Desde 2014, o estudo avalia anualmente o comportamento e o conhecimento da população nacional sobre dívidas, finanças pessoais e investimentos, além de avaliar a percepção sobre cenário econômico, bancos e Fintechs.
Dívidas estão presentes, mas há sinal de otimismo
A pesquisa mostra um cenário de endividamento delicado, mas que apresenta sinais de otimismo. Metade da população tem alguma dúvida atualmente, sendo 73% relacionadas a imóveis. Educação, automóveis e impostos vêm logo em seguida. Quando se trata de cheque especial, 58% dos brasileiros não sabe quanto paga de juros quando a conta bancária fica no vermelho. Ao mesmo tempo, os números mostram que 70% dos brasileiros já planejaram em quanto tempo vão quitar suas dívidas.
O cenário não surpreende, uma vez que 59% dos entrevistados nunca receberam orientações sobre finanças pessoais. Dentre as pessoas que se sentem orientadas, a maioria teve como fonte programas de TV (26%), vídeos no YouTube (25%), sites (24%) e redes sociais (23%). O panorama mostra uma ausência de educação formal relacionada a finanças.
A mesma falta de conhecimento aparece no uso do cartão de crédito. Ele é utilizado por 73% dos brasileiros, mas 59% não sabe o quanto paga de juros quando deixa de pagar a conta. A porcentagem ainda assusta, mas apresenta uma tendência de conscientização em relação a esses valores. Em 2014, 66% dos entrevistados não sabiam o valor dos juros.
Como os brasileiros cuidam do seu dinheiro?
A maioria dos brasileiros não entende investimentos como CDB, DI, ações, fundo imobiliário e fundo de ações. A preferência absoluta continua sendo a poupança — a opção de investimento de 64% dos entrevistados. Outros tipos de investimento aparecem com representatividade muito menor: previdência privada (10%), tesouro direto (9%) e renda fixa (8%). Além disso, 22% dos brasileiros não possuem quaisquer investimentos.
As questões financeiras fazem parte da pauta doméstica. 57% dos brasileiros conversam com seus parceiros sobre o assunto, embora 59% tenham planos diferentes em relação ao destino do dinheiro que sobra no fim do mês. Quando se trata de preferência por bancos, os favoritos são Caixa Econômica Federal (30%), Banco do Brasil (20%), Itaú (20%) e Bradesco (15%).
O cenário econômico pelas lentes do brasileiro
O otimismo em relação ao cenário econômico tem aumentado nos últimos anos. Entre 2016 e 2018, há uma percepção acentuada de que não há crise econômica e um aumento da sensação de estabilidade. Porém, a percepção de crescimento econômico propriamente dito ainda é tímida, embora crescente.
A economia tem se tornado um assunto mais simples, divertido e interessante. O número de brasileiros que gosta do tema tem aumentado, assim como a audiência de programas sobre economia. Embora 86% não conheça o termo Fintechs (relacionado às instituições financeiras digitais), grande parte conhece empresas do ramo, como Moip, PagSeguro, Nubank e Guia Bolso.
Baixe o relatório completo desta pesquisa.