Soft Skills para o profissional de Ciência de Dados

 


Habilidades técnicas são importantes, mas as soft skills fazem toda a diferença no resultado final de um profissional de ciência de dados.

 

Profissionais da área de Data Science são responsáveis por muitas coisas, entre elas estudar os dados coletados e procurar tirar deles as informações mais relevantes para o negócio. Para isso, são necessários conhecimentos técnicos em diversas áreas, como computação, estatística, matemática, conhecimento dos negócios, entre outros. Contudo, para além dessas competências, que chamamos de hard skills, cientistas de dados também precisam possuir ou aperfeiçoar soft skills importantes para realizar seu trabalho. Podemos incluir nesta lista fatores como adaptabilidade e comunicação interpessoal, por exemplo.

 

Neste artigo, elencaremos algumas soft skills que fazem toda a diferença na área de dados, e como cada uma delas pode tornar os profissionais de dados ainda mais completos.

 

Como e por que as soft skills são tão importantes?

 

Apesar de data science ser uma área marcadamente muito técnica, ter certas habilidades sociais também é crucial na maneira como o trabalho é desenvolvido. Em 2017, o Google realizou um estudo para identificar as equipes mais produtivas e inovadoras dentro de uma empresa. E o resultado foi que os melhores grupos nem sempre eram aqueles com talentos predominantemente técnicos, apesar de isso ser importante. Na verdade, se saíram melhor no estudo equipes interdisciplinares com profissionais que demonstravam boa comunicação, pensamento criativo e liderança mais empática.

 

Isso faz sentido pois, essencialmente, a ciência de dados é uma área que serve a outras áreas. no seu estado ideal, envolve muitos relacionamentos. Assim, as organizações trazem cientistas de dados para aumentar sua infraestrutura de TI, adicionando um ângulo humanizado e exclusivo aos seus projetos, além de habilidades especializadas.

 

Atualmente, há uma ampla variedade de soft skills importantes para cientistas e profissionais de dados avançarem na carreira e gerarem valor para a empresa como um todo. Algumas delas são curiosidade, perspicácia, adaptabilidade e trabalho em equipe. A seguir, vamos nos aprofundar um pouco mais na relevância de cada uma delas no contexto da Ciência de Dados.

 

Curiosidade

 

A curiosidade intelectual é uma característica muito valiosa em cientistas de dados, pois é esse instinto que leva o profissional a procurar respostas e novos pontos de vista para lidar com problemas. Um profissional curioso vai além das suposições iniciais e não para em resultados superficiais: ele sempre vai além, o bastante para descobrir novas soluções e insights ocultos ou negligenciados.

 

Perspicácia e criatividade

 

Profissionais de dados precisam lidar com uma enorme quantidade de conhecimento. E se isso não for traduzido da maneira perspicaz e muitas vezes criativa, algumas informações podem acabar se perdendo, uma vez que não conseguem ser utilizadas para o processo de tomada de decisão. Nesse sentido, devem saber apreciar as tendências do mercado, e se esforçar para obter um amplo entendimento de quais pontos fortes e fracos definem o momento atual da empresa.

 

Comunicação

 

Essa é uma soft skill extremamente importante, não apenas para a Ciência de Dados, mas em qualquer área. A comunicação é tão relevante quanto qualquer competência técnica, pois é essa habilidade que permite que os cientistas de dados comuniquem de forma assertiva suas descobertas aos usuários de negócios e tomadores de decisão, explicando o valor de cada insight para o crescimento do negócio. Se essas informações não forem transmitidas de forma clara e eficaz para o público técnico e não técnico, muito do trabalho realizado pelo profissional de dados pode ter sido em vão.

 

Storytelling

 

Dando um duplo clique e aprofundando nas habilidades de comunicação, temos a capacidade narrativa, de contar histórias. Essa é uma soft skill poderosa no contexto da Ciência de Dados porque ajuda os cientistas e profissionais de dados a transmitirem seus resultados e insights não só de maneira mais lógica e clara, mas também com encanto e engajamento, o que pode mudar o jogo de uma tomada de decisão. Profissionais com essa capacidade passam seu conhecimento através de uma abordagem narrativa convincente, permitindo que o restante da equipe tenha um maior senso de compreensão sobre os dados apresentados.

 

Adaptabilidade

 

A capacidade de adaptação é importante em qualquer cenário, e na Ciência de Dados não é diferente. Por isso mesmo, a adaptabilidade é uma das soft skills mais procuradas pelos profissionais da área atualmente. Afinal, como a inovação e a implementação de novas tecnologias ocorrem cada vez mais rápido, é preciso se adaptar rapidamente a diferentes cenários, e estar atento às mudanças necessárias no mercado de dados.

 

Pensamento crítico

 

Os cientistas de dados, sobretudo, devem ser pensadores críticos. Essa soft skill permite que os profissionais façam análises mais objetivas e certeiras para determinado problema, e também os capacita a formular as perguntas certas e analisar problemas objetivamente durante a interpretação dos dados, evitando qualquer tipo de viés no resultado final da análise.

 

Trabalho em equipe

 

Cientistas de dados não trabalham dentro de uma bolha, e por isso devem reconhecer a importância do trabalho em equipe, colaborando efetivamente com os outros times e colaboradores. Para isso, é preciso estar disposto a ouvir os colegas, e usar as informações recebidas de forma inteligente. Trabalhar em equipe se tornou uma soft skill praticamente obrigatória no contexto atual.

 

Proatividade

Profissionais proativos sabem identificar oportunidades e explicar problemas e soluções, assim como encarar os problemas que aparecem pelo caminho. Basicamente, este tipo de soft skill permite encarnar o modo “detetive”, identificando os métodos mais eficazes para chegar às respostas certas.

 

Como aplicar as soft skills no dia a dia da sua empresa

Certo, mas como aplicar esses ensinamentos dentro da sua organização? Afinal, o ideal seria que todos os funcionários tivessem domínio de todas essas habilidades, mas sabemos que não é assim. Cada pessoa é diferente, e justamente por isso terão mais facilidade em uma ou outra dessas habilidades.

 

Contudo, o que qualquer profissional tem a oferecer, inegavelmente, é aquilo que nenhum aprendizado de Machine Learning irá alcançar (pelo menos não ainda). O que algumas pessoas chamam de “molho especial”, ou seja, o lado humano da coisa, aquilo que apenas bons profissionais de dados podem oferecer. Podemos citar aqui narrativas mais humanizadas e cativantes, uma liderança mais empática, entre outras coisas.

 

O ideal aqui é identificar, em cada profissional, quais são suas soft skills predominantes, e utilizar isso a favor do fluxo de trabalho. Além disso, existem algumas coisas que podem ser feitas para tentar otimizar o uso dessas habilidades no dia a dia da empresa, como:

 

  • Conduza a análise por um foco “e daí”. Comece suas análises sempre com uma pergunta de negócios específica a ser respondida – e fique atento a quaisquer resultados encontrados ao longo do caminho que desafiem suas suposições. Muitos desses insights podem ser interessantes, mas não verdadeiros para aquele contexto. E é preciso ser perspicaz e possuir um pensamento crítico para chegar neste veredito. Então, sempre questione os resultados.

 

  • Não diga sim para tudo. Sempre que alguém pedir para você fazer algum tipo de tarefa, questione qual é sua finalidade, ou melhor, o que seu colega pretende fazer com estes dados. Se a análise não gerar um impacto realmente significativo no negócio, talvez não valha tanto a pena.

  • Você nem sempre será 100% preciso. Nem sempre suas análises precisam atingir 100% de precisão. Muitas vezes, se você acredita que seus números estão sistematicamente com 10% de desconto em uma determinada direção, isso não vai gerar um impacto real no resultado, então tudo bem. Escolha suas batalhas diariamente.

 

Para concluir

Apenas nos três pontos abordados acima, é possível identificar uma boa variedade de soft skills necessárias para realizar o trabalho. Pensamento crítico, comunicação, perspicácia, trabalho em equipe, curiosidade, adaptabilidade… E todas elas são importantes para a maior parte das tarefas que serão desenvolvidas na Ciência de Dados, seja qual for o objetivo da organização.

 

Portanto, incentivar o desenvolvimento das soft skills dos cientistas de dados de sua empresa é extremamente importante, pois muitas vezes são estas habilidades, e não as puramente técnicas, que determinam o seu “molho especial”. Ou seja, aquilo que levará sua empresa adiante – em futuro não apenas mais humano, mas também muito mais próspero.