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Por que ninguém olha para os seus dashboards?

 


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Dashboards são painéis visuais que auxiliam nos processos de tomada de decisão. Algumas boas práticas podem ajudar na transmissão das informações realmente importantes para a gestão.

Dashboards são painéis visuais que apresentam métricas e indicadores importantes para a gestão. Embora auxiliem em processos de tomada de decisão, é fundamental perguntar qual é o real valor que eles trazem para os negócios. Um dashboard deve fornecer feedbacks imediatos e permitir mudanças rápidas de ação. Porém, grande parte dos painéis são inundados de novidades e recursos visuais que diminuem essa praticidade. O portal Towards Data Science levantou um guia sobre possíveis erros e acertos na criação de um dashboard.

O que faz um dashboard excelente?

A palavra “dashboard”, em inglês, é a mesma que dá nome ao painel de um carro. Tal como este, deve ser simples e eficaz. É possível aprender muito com a metáfora ao criar o equivalente digital do dashboard automobilístico.

Fácil de entender

Dashboards devem ser intuitivos para a audiência e o conteúdo deve ser compreensível sem muitas instruções. É muito parecido com o funcionamento de um painel de carro. Por exemplo, ele mostra a velocidade e o nível de combustível com destaque, pois estas são as informações mais importantes para um motorista. Da mesma forma, um dashboard empresarial deve mostrar apenas as métricas importantes e que fazem sentido para as pessoas que participam dos negócios.


Exemplo de dashboard simples e objetivo. Fonte: DuelingData.

Exemplo de dashboard simples e objetivo. Fonte: DuelingData.

Feedback direto

Dashboards são úteis quando fornecem feedback sobre as ações do gestor. Em um carro, o velocímetro informa a velocidade para que ela possa ser ajustada. Logo, ele fornece feedback relevante e é útil porque permite que a audiência aja com base nas informações. Da mesma maneira, nos negócios é importante exibir métricas que o público consiga influenciar e, além disso, receber feedback dessas ações o mais rápido possível.

Comunica o que você precisa saber

Outro recurso do painel do carro são as luzes de advertência. Elas alertam quando algo errado com o veículo precisa da atenção do motorista. Eles são um recurso útil do dashboard, porque só aparecem quando é necessário e, assim, não chamam a atenção do usuário durante a operação normal. Avisos oportunos são igualmente úteis para os negócios, ao conscientizar os gestores sobre algo que está acontecendo e eles precisam saber.


Exemplo de dashboard que alerta sobre questões específicas. Fonte: DuelingData.

Exemplo de dashboard que alerta sobre questões específicas. Fonte: DuelingData.

Erros frequentes na criação de um dashboard

Aqui estão alguns erros que frequentemente são cometidos na criação de dashboards.

Interesses desalinhados

As pessoas prestam atenção nas coisas que lhes interessam. Um dos problemas mais comuns de um dashboard é mostrar informações que não são relevantes para seu público. É tentador criar um painel com finalidades múltiplas, mas é uma estratégia que simplesmente não funciona. Um dashboard que sirva a todos, na verdade, acaba servindo a ninguém.

Ao criar dashboards, primeiro deve-se segmentar o público-alvo em grupos com interesses homogêneos – ou seja, gestores interessados no mesmo conjunto de informações. Unidades de negócios já existentes podem ser utilizadas como ponto de partida, mas pode ser necessário segmentá-las ainda mais no futuro.

Depois de ter o público em mente, é preciso entender com quais informações ele se importa e quais são as métricas utilizadas para medir o sucesso. Essa etapa não é trivial, porque nem todas as organizações têm uma maneira clara de medir o sucesso. No entanto, é imperativo ajudar a gestão a identificar quais são as métricas mais adequadas para ela. Já começar com as métricas corretas é a melhor maneira de garantir que o público esteja interessado no que o dashboard mostrará.

Não permitir ação

De volta ao exemplo do painel de um carro, o velocímetro é útil para o motorista, mas inútil para o passageiro. Este último pode estar interessado na velocidade, mas não tem como agir com base nessa informação. O mesmo princípio pode ser aplicado na criação de dashboards. Se o público-alvo não puder agir com base nas informações recebidas, é improvável que eles se interessem pelo painel.

Por exemplo, o lucro é uma das métricas mais importantes de uma empresa. Mas, como ele é o resultado de um conjunto de ações, é difícil que profissionais isolados consigam influenciá-lo diretamente. Ao dividir o lucro em seus componentes, é possível ajudar diferentes pessoas a perceber como elas podem contribuir para a métrica principal. Por exemplo, por meio do trabalho com suporte ao cliente que seja focado na retenção, no trabalho comercial focado na aquisição de novos clientes etc.


Um dashboard com informações tão amplas talvez não permita interpretar detalhes e o contexto das informações. O público-alvo precisa de métricas acionáveis. Fonte: DuelingData.

Um dashboard com informações tão amplas talvez não permita interpretar detalhes e o contexto das informações. O público-alvo precisa de métricas acionáveis. Fonte: DuelingData.

Métricas de vaidade

A escolha das métricas é crucial na criação de um dashboard eficaz. Todos desejam um painel que mostre bom desempenho e, às vezes, é possível cair na armadilha das “métricas de vaidade”. São aquelas métricas que fazem as pessoas se sentirem bem, mas não são realmente acionáveis ou cruciais para os negócios.

Em determinados contextos, o total de visualizações de uma página ou de downloads de um aplicativo podem ser métricas de vaidade. O total tende a crescer ao longo do tempo, mas essa informação não oferece necessariamente algo útil sobre o desempenho do profissional ou o que pode ser feito para melhorar.

Dados que mudam lentamente

Gestores olham dashboards porque precisam de informações dinâmicas, que dizem como os negócios estão indo de um dia para o outro – às vezes, até de um segundo para o outro. Portanto, ao criar um painel, é necessário considerar se as informações estão adequadas ao período do tempo no qual o dashboard é visualizado.

Por exemplo, se o ciclo de aquisição de clientes for muito maior do que a frequência com que as pessoas olham para o dashboard, dados demográficos são inúteis, porque parecerão estáticos. Assim, apenas ocuparão espaço e atenção valiosos. Embora essas informações estáticas sejam muito importantes no geral, não precisam estar presentes no painel do dia a dia.

Gráficos ruins

Embora seja tentador usar gráficos sofisticados para trazer algo diferente ao dashboard, eles não transmitem necessariamente as informações com a mesma eficácia de visualizações tradicionais. O design visual desempenha um papel importante nessa área – espaçamento, cor, formas e outros elementos visuais ajudam muito a transmitir a mensagem. Portanto, vale refletir se gráficos simples podem ser mais eficientes. Quanto mais rápido o público-alvo obtiver as informações que precisa, mais rápido poderá fazer ajustes no trabalho.


Exemplo de gráficos de difícil compreensão. Fonte: Matillion.

Exemplo de gráficos de difícil compreensão. Fonte: Matillion.

E agora?

No final do dia, não existe um dashboard perfeito. Mudanças são constantes, sejam elas prioridades de negócios, interesse do público ou até mesmo as habilidades de quem cria os dashboards. É preciso reconhecer que os painéis são uma ferramenta para alinhar a compreensão e padronizar a mensuração das variáveis do negócio. Logo, dashboards não devem ser estáticos.

É preciso reavaliar regularmente se eles continuam úteis para seu público, porque o valor de um dashboard está nas ações que ele inspira. Ele existe para informar objetivamente o desempenho dos negócios. Logo, haverá momentos em que as métricas não serão satisfatórias, mas é exatamente por isso que o painel existe. Ninguém desejaria um carro que não informa quando está em alta velocidade. Da mesma maneira, um dashboard precisa informar todos os resultados importantes – esperados ou não.